Autoavaliação institucional: outros sentidos de avaliação (im)possíveis?

Autores

  • Rita de Cássia Prazeres Frangella Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro-RJ, Brasil http://orcid.org/0000-0001-6392-4591
  • Maria Cristina Rezende de Campos Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semect)/Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), Niterói-RJ, Brasil http://orcid.org/0000-0001-9258-4127

DOI:

https://doi.org/10.18222/eae.v30i74.5829

Palavras-chave:

Autoavaliação, Avaliação Institucional, Autoavaliação Institucional, Qualidade da Educação

Resumo

Neste artigo, analisamos a autoavaliação institucional que integra o Sistema de Avaliação da Educação de Niterói (Saen), estado do Rio de Janeiro. O objetivo é discutir seu processo de constituição num contexto de centralidade das políticas de avaliação, defendendo essa como possibilidade de produção de políticas pelas escolas, como produção de sentidos de avaliação para além da lógica de accountability, colocando outros sentidos de qualidade em disputa. A partir de aportes pós-estruturais, assumimos o entendimento da política como luta pela significação, que se dá entre tensões, negociações, traduções. Concluímos argumentando que a experiência posta em análise nos permite problematizar de forma propositiva as políticas de avaliação centralizadas e centralizadoras que têm ganhado destaque no cenário educacional. 

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Biografia do Autor

Rita de Cássia Prazeres Frangella, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro-RJ, Brasil

Mestrado (2002) e Doutorado em Educação (2006) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professora adjunta da Faculdade de Educação da UERJ. Professora do Programa de Pós-graduação em Educação - Proped. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, currículo, políticas curriculares, educação infantil-anos iniciais do EF. Desenvolve pesquisas na área de currículo e formação de professores. Vice-coordenadora do GT- Currículo da Anped no biênio 2012-13. É Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, PROCIENTISTA/UERJ. Bolsista Produtividade CNPq Membro da Associação Brasileira de Currículo (ABdC),  Secretaria Geral da ABdC (2015- 2016/2016-2018).Desenvolve pesquisas que focalizam a análise de políticas curriculares na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental e as relações estabelecidas pelos professores na produção dessas, a partir de uma abordagem do currículo como enunciação cultural, com financiamento pelo CNPq e FAPERJ. Participa de projetos/parcerias internacionais com Portugal, México, Argentina e Chile.

Maria Cristina Rezende de Campos, Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semect)/Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), Niterói-RJ, Brasil

Graduação em Licenciatura Plena: Ed. Artística História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1981), mestrado em Arte e Cultura Contemporânea pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2007) e doutorado em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2012). Cursando pós-doutorado em Educação na UERJ-ProPed. Professor de Arte na Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro e na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME). Atualmente é assessora de Avaliação Institucional da SME/FME, contribuindo para a implantação do Sistema de Avaliação da Educação de Niterói (SAEN) - portaria SMECT/FME nº 005/2015.Tem experiência na área de avaliação institucional, currículo e avaliação, arte e cultura.

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Publicado

02-10-2019

Como Citar

Frangella, R. de C. P., & Campos, M. C. R. de. (2019). Autoavaliação institucional: outros sentidos de avaliação (im)possíveis?. Estudos Em Avaliação Educacional, 30(74), 558–587. https://doi.org/10.18222/eae.v30i74.5829

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