Os demónios da avaliação: memórias de professores enquanto alunos
DOI:
https://doi.org/10.18222/eae.v26i63.3690Palavras-chave:
Avaliação da Educação, Avaliação da Aprendizagem, Métodos de Avaliação, Violência PsicológicaResumo
Este artigo parte de quarenta narrativas de professores que evocaram situações de avaliação particularmente marcantes, ocorridas no tempo em que foram alunos. Dessas quarenta, trinta e uma narrativas assumem a expressão de um abuso de poder intolerável. Nove manifestam práticas avaliativas emancipatórias. Através de uma análise dos discursos, quantificamos e qualificamos os sentidos dos abusos – humilhação, violência, discriminação, deceção, arbitrariedade – e da emancipação minoritária, procurando explicar estas práticas à luz dos tempos histórico, social, organizacional e profissional. Conclui-se que essas práticas precisam de ser combatidas e prevenidas, requerendo-se políticas e práticas mais rigorosas de acesso à profissão e o exercício de uma ação pedagógica mais interativa.
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