Que princípio de justiça para a educação básica?

Autores

  • Vanda Mendes Ribeiro Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), São Paulo, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Educação Básica, Equidade, Políticas Educacionais, Justiça

Resumo

Este artigo discorre sobre princípios de justiça para a educação básica. François Dubet propõe o princípio de justiça rawlsiano igualdade de base, o qual apregoa que todos os alunos dominem um quadro-base de conhecimentos. Marcel Crahay propõe a igualdade de conhecimentos adquiridos. Ambos os princípios evitam a meritocracia na educação básica por sua incoerência com o direito obrigatório e estão no campo das teorias da justiça distributiva igualitária valorizando os resultados da política, devido à correlação entre desigualdade social e escolar. Os dois autores afirmam a equidade como meio de ampliar a igualdade e relacionam tensões vivenciadas na escola e princípios de justiça que expressam interesses contraditórios. Por essas razões, eles defendem o monitoramento permanente das políticas e de suas consequências.

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Biografia do Autor

Vanda Mendes Ribeiro, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), São Paulo, São Paulo, Brasil

Coordenadora adjunta de Pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), São Paulo, São Paulo, Brasil

vandaribeiro2@gmail.com

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Publicado

30-12-2014

Como Citar

Ribeiro, V. M. (2014). Que princípio de justiça para a educação básica?. Cadernos De Pesquisa, 44(154), 1094–1109. Recuperado de https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/2844

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