Indisciplina no PISA: entre o intra e o extraescolar
DOI:
https://doi.org/10.18222/eae.v28i68.4590Palavras-chave:
Indisciplina Escolar, PISA, Regressão Linear Multinível, Comportamento do Aluno.Resumo
São objetivos deste trabalho: analisar o fenômeno da indisciplina escolar por meio dos dados do PISA 2012; aplicar um modelo de regressão linear multinível tendo o clima disciplinar como variável dependente; e identificar fatores explicativos intra e extraescolares associados à indisciplina. A contribuição mais significativa deste trabalho é apontar que a indisciplina parece ser mais dependente de fatores intra do que extraescolares. Variáveis clássicas como nível socioeconômico, tipo de escola e gênero não apresentaram poder explicativo sobre a indisciplina, o que tenciona a tese de que o fenômeno se associaria diretamente à origem social dos estudantes. A proporção de repetentes da escola se mostrou o fator de maior impacto na indisciplina.
Downloads
Referências
ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G. Ensino médio: múltiplas vozes. Brasília, DF: UNESCO, MEC, 2003.
ABRAMOVAY, M.; WAISELFISZ, J. J. Juventudes na escola, sentidos e buscas: Por que frequentam? Brasília, DF: Flacso, OEI, MEC, 2015.
AFONSO, A. J. Insucesso, socialização escolar e comportamentos divergentes: uma abordagem introdutória. Revista Portuguesa de Educação, Braga, v. 1, n. 2, p. 41-51, 1988.
ALVES, L. et al. Seleção velada em escolas públicas: práticas, processos e princípios geradores. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. 1, p. 137-152, jan./mar. 2015.
ALVES, M. G. Viver na escola: indisciplina, violência e bullying como desafio educacional. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 46, n. 161, p. 594-613, jul./set. 2016.
ALVES, M. T. G.; SOARES, J. F. Contexto escolar e indicadores educacionais: condições desiguais para a efetivação de uma política de avaliação educacional. Educação e Pesquisa, v. 39, n. 1, p. 177-194, jan./mar. 2013. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/ep/article/view/53050>. Acesso em: jul. 2017.
AMADO, J. Interação pedagógica e indisciplina na aula: um estudo de características etnográficas 1998. Tese (Doutorado em Ciências da Educação) − Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Lisboa, Lisboa, 1998.
AMADO, J. Interação pedagógica e indisciplina na aula. Porto: Asa, 2001.
AQUINO, J. G. Indisciplina escolar: um itinerário de um tema/problema de pesquisa. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 46, n. 161, p. 664-692, jul./set. 2016.
BOURDIEU, P.; PASSERON, J-C. A reprodução. Tradução de Reynaldo Bairão. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.
COHEN, Albert. La déviance. Gembloux: Duculot, 1971.
COSTA, M.; BARTHOLO, T. L. Padrões de segregação escolar no Brasil: um estudo comparativo entre capitais do país. Educação & Sociedade, Campinas, SP, v. 35, n. 129, p. 1183-1203, out./dez. 2014.
DEBARBIEUX, E. A violência na escola francesa: 30 anos de construção social do objeto (1967-1997). Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 163-193, jan./jun. 2001.
ESTRELA, M. T. Une étude sur l’indiscipline em classe. Lisboa: INIC, 1986.
ESTRELA, M. T. Relação pedagógica, disciplina e indisciplina na aula. Portugal: Porto, 1992. (Ciências da Educação).
FELDHUSEN, J. Problems of student behavior in secondary schools. In: DUKE, D. L. (Ed.). Classroom management. Chicago: NSSE − University of Chicago, 1979. p. 217-244.
GOLDSTEIN, Harvey. Multilevel statistical models. 3. ed. London: Edward Arnold, 2003.
HOX, J. J. Multilevel analysis: techniques and applications. New York: Routledge Taylor & Francis, 2010.
KOTH, C. W.; BRADSHAW, C. P.; LEAF, P. J. (2008). A multilevel study of predictors of student perceptions of school climate: The effect of classroom-level factors. Journal of Educational Psychology, v. 100, n. 1, p. 96-104, 2008.
KOUNIN, J. Discipline and group management. New York: Robert E. Krieger, 1977.
KUPERMINC, G. P.; LEADBEATER, B. J.; EMMONS, C.; BLATT, S. J. Perceived school climate and difficulties in the social adjustment of middle school students. Applied Developmental Science, v. 1, n. 2, p. 76-88, 1997.
LAHIRE, B. Sucesso escolar nos meios populares: as razões do improvável. São Paulo: Ática, 1997.
LAHIRE, B. Homem plural: os determinantes da ação. Tradução de Jaime A. Clasen. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
LAHIRE, B. Retratos sociológicos: disposições e variações individuais. Porto Alegre: Artmed, 2004.
LITTLE, R. J. A.; RUBIN, D. B. Statistical analysis with missing data. 2th. New Jersey: John Wiley & Sons, 2002.
MATOS, D. A. S.; FERRÃO, M. E. Repetência e indisciplina: evidências de Brasil e Portugal no PISA 2012. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 46, n. 161, p. 614-636, jul./set. 2016.
MELLO, S. L. de. Família: perspectiva teórica e observação factual. In: CARVALHO, Maria do Carmo Brant de (Org.). A família contemporânea em debate. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MILLET, M.; THIN, D. Ruptures scolaires: l'école à l’épreuve de la question sociale. Paris: PUF, 2005.
MORICONI, G. M.; BÉLANGER, J. Comportamento dos alunos e uso do tempo em sala de aula: evidências da TALIS 2013 e de experiências internacionais. São Paulo: FCC/SEP, 2015. (Textos FCC, v. 45)
NERI, M. C. A nova classe média: o lado brilhante da base da pirâmide. São Paulo: Saraiva, 2011.
NOGUEIRA, M. A. No fio da navalha: a (nova) classe média brasileira e sua opção pela escola particular. In: ROMANELLI, G.; NOGUEIRA, M. A.; ZAGO, N. (Org.). Família & escola: novas perspectivas de análise. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. p. 109-130.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. Teachers matter: attracting, developing and retaining effective teachers. Paris: OECD, 2005.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. BRAZIL: Country Note – Results from PISA 2012. Paris: OECD, 2012. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/resultados/2013/country_note_brazil_pisa_2012.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2017.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. PISA 2012 Results: what makes schools successful? Resources, policies and practices. Paris: OECD, 2013. v. IV.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. TALIS 2013 results: an international perspective on teaching and learning. Paris: OECD, 2014a.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. PISA 2012 Technical Report. Paris: OECD, 2014b.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. PISA 2000: Relatório Nacional. Brasília, DF: OCDE, 2001. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/internacional/pisa/PISA2000.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2017.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. A disciplina nas escolas está deteriorada? Pisa em foco, n. 4, 2011. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/pisa_em_ foco/2011/pisa_em_foco_n4.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2017.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Os estudantes alcançam melhores desempenhos nas escolas em que há disciplina em sala de aula? Pisa em foco, n. 32, 2013. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/pisa_em_foco/2014/pisa_em_foco_n32.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2017.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Brasil no PISA 2015: análises e reflexões sobre o desempenho dos estudantes brasileiros. São Paulo: Fundação Santillana, 2016.
PIRES, E. L. Não há um, mas vários insucessos. Cadernos de Análise Social da Educação. Braga: Universidade do Minho, 1985.
SILVA, L. C. Disciplina e indisciplina na aula: uma perspectiva sociológica. 2007. 285 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.
SILVA, L. C. F. Possíveis incompletudes e equívocos dos discursos sobre a questão da disciplina. Educação e Sociedade, Campinas, SP, v. 19, n. 62, p. 125-150, abr. 1998.
SILVA, L. C.; MATOS, D. A. S. As percepções dos estudantes mineiros sobre a incidência de comportamentos de indisciplina em sala de aula: um estudo a partir dos dados do SIMAVE/PROEB 2007. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 19, n. 58, p. 713-730, jul./set. 2014.
SILVA, L. C.; NOGUEIRA, M. A. Indisciplina ou violência na escola: uma distinção possível e necessária. In: GONÇALVES, L. A. O.; TOSTA, S. P. (Org.). A síndrome do medo contemporâneo e a violência escolar. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. p. 15-62.
SORTKÆR, B.; REIMER, D. Disciplinary climate and student achievement: evidence from schools and classrooms. Denmark: Aarhus University, 2016. (Working paper Danish School of Education).
SOUZA, J. Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
SZENCZUK. D. P. (In)disciplina escolar: um estudo da produção discente nos programas de pós-graduação em educação (1981-2001). 2004. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004.
TARTUCE, G. L. B. P.; NUNES, M. M. R.; ALMEIDA, P. C. A. de. Alunos do ensino médio e atratividade da carreira docente no Brasil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 140, p. 445-477, maio/ago. 2010.
TESTANIÈRE, J. Chahut traditionnel et chahut anomique dans l’enseignement du second degré. Revue Française de Sociologie, Paris, v. 8, n. Spécial, 1967.
WAISELFISZ, J. J. Juventude, violência e cidadania: os jovens de Brasília. São Paulo: Cortez, 1998.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Estudos em Avaliação Educacional
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons BY-NC do tipo "Atribuição Não Comercial" que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).