Construção de indicadores para descrever desigualdades de aprendizado na Prova Brasil
DOI:
https://doi.org/10.18222/eae.v27i66.4014Palavras-chave:
Indicadores Educacionais, Prova Brasil, Desigualdades Educacionais, Aprendizagem.Resumo
O artigo apresenta dois indicadores que sintetizam dimensões complexas das escolas: intervenção para melhoria e currículo na escola. Eles foram construídos com os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica por meio da Teoria da Resposta ao Item. Os indicadores foram utilizados para análise do aprendizado dos alunos das escolas públicas de ensino fundamental e para testar hipóteses sobre desigualdades entre alunos com e sem atraso escolar por meio de modelos estatísticos. Escolas com escores mais altos nos dois indicadores aumentam as chances de seus alunos estarem nos níveis mais altos de aprendizado, mas as práticas sintetizadas nos indicadores contribuem para reduzir diferenças entre alunos com e sem atraso escolar apenas em relação às chances de eles estarem no nível básico. Os indicadores não devem ser tomados de forma determinística, mas têm potencial para indicar problemas ou êxitos nas práticas pedagógicas das escolas.
Downloads
Referências
ALVES, M. T. G.; FRANCO, C. A pesquisa em eficácia escolar no Brasil: evidências sobre o efeito das escolas e fatores associados à eficácia escolar. In: BROOKE, N.; SOARES, J. F. (Ed.). Pesquisa em eficácia escolar: origem e trajetórias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 482-500.
ALVES, M. T. G.; SOARES, J. F. Medidas de nível socioeconômico em pesquisas sociais: uma aplicação aos dados de uma pesquisa educacional. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 15, p. 1-30, 2009.
ALVES, M. T. G.; SOARES, J. F.; XAVIER, F. P. Índice socioeconômico das escolas de educação básica brasileiras. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 22, n. 84, p. 671-703, 2014.
ALVES, M. T. G.; XAVIER, F. P. Desigualdades de aprendizado entre alunos das públicas brasileiras: evidências da Prova Brasil (2007 a 2013). Brasília, DF: MEC/Inep; Unesco. No prelo.
BONAMINO, A.; SOUSA, S. Z. Três gerações de avaliação da educação básica no Brasil: interfaces com o currículo da/na escola. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 2, p. 373-388, 2012.
BRASIL. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. 2014. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em: fev. 2016.
BROOKE, N.; CUNHA, M. A. A avaliação externa como instrumento da gestão educacional nos estados. Estudos & Pesquisas Educacionais, São Paulo, v. 2, 2011.
BROOKE, N.; SOARES, J. F. O que faz a diferença? Os métodos e evidências da pesquisa sobre efeito escola: comentários. In: BROOKE, N.; SOARES, J. F. (Ed.). Pesquisa em eficácia escolar: origem e trajetórias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. Seção 3, p. 218-224.
CRAHAY, M. Qual pedagogia para aos alunos em dificuldade escolar? Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 130, p. 181-208, jan./abr. 2007.
DUBET, F. O que é uma escola justa? Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, p. 539-555, 2004.
FRANCO, C. et al. O referencial teórico na construção dos questionários contextuais do Saeb 2001. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, n. 28, p. 39-74, jul./dez. 2003.
GOLDSTEIN, H. Modelos de realidade: novas abordagens para a compreensão de processos educacionais. In: FRANCO, C. (Ed.). Avaliação, ciclos e promoção na educação. Porto Alegre: Artmed, 2001.
HAIR, J. F. et al. Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman, 2005.
HAMBLETON, R. K. Principles and selected applications of Item Response Theory. In: LINN, R. L. (Ed.). Educational measurement. 3. ed. Washington, DC: American Council on Education; National Council on Measurement in Education, 1993. p. 147-200.
HERMAN, J. L.; BAKER, E. L. Assessment Policy: making sense of the babel. In: SYKES, G.; SCHENEIDER, B.; PLANK, D. N. Handbook of educational policy research. New York: American Educational Research Association; Routledge, 2009. p. 176-190.
JACCARD, J. Interaction effects in logistic regression. Thousand Oaks, CA: Sage, 2001. JANNUZZI, P. M. Considerações sobre o uso, mau uso e abuso dos indicadores sociais na formulação e avaliação de políticas públicas municipais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 1, p. 51-72, 2002.
KARINO, C. A.; VINHA, L. G. A.; LAROS, J. A. Os questionários do SAEB: o que eles realmente medem? Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 25, n. 59, p. 270-297, set./dez. 2014.
MADAUS, G. F.; AIRASIAN, P. W.; KELLAGHAN, T. School effectiveness: a reassessment of the evidence. NewYork: McGra-Hill Book, 1980.
MOREIRA, A. F. B. Currículo: concepções, políticas e teorizações. In: OLIVEIRA, D. A.; DUARTE, A. M. C.; VIEIRA, L. M. F. Dicionário: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CDROM.
MORTIMORE, P. et al. School matters. California: University of California, 1988. RAUDENBUSH, S. W.; BRYK, A. S. Hierarchical linear models: applications and data analysis methods. 2nd ed. Newbury Park, California: Sage, 2002.
RAUDENBUSH, S. W. et al. HLM 7: Hierarchical Linear and Nonlinear Modeling. Lincolnwood, IL: Scientific Software International, 2011.
REYNOLDS, D.; TEDDLIE, C. Os processos da eficácia escolar. In: BROOKE, N.; SOARES, J. F. (Ed.). Pesquisa em eficácia escolar: origem e trajetórias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 297-328.
RIBEIRO, S. C. A pedagogia da repetência. Estudos Avançados, São Paulo, v. 12, n. 5, p. 7-21, 1991.
SALTELLI, A. et al. Composite indicators: the controversy and the way forward. OCDE. Palermo, 11-14 November, 2004, Disponível em: . Acesso em: 29 maio 2016.
SAMEJIMA, F. Estimation of latent ability using a response pattern of graded responses. Richmond, VA: Psychometric Society, 1969. (Psychometric Monograph, n. 17).
SAMMONS, P. School effectiveness: coming of age in the twenty-first century. Lisse: Swets & Zeitlinger, 1999.
SOARES, J. F. Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo: IDESP. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 29-41, 2009.
SOARES, J. F.; ANDRADE, R. J. Nível socioeconômico, qualidade e equidade das escolas de Belo Horizonte. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 107-126, 2006.
SOARES, S. Avaliação educacional como instrumento pedagógico. Trabalho e Sociedade, v. 2, n. 4, p. 23-25, 2002.
SOARES, T. M. Utilização da teoria da resposta ao item na produção de indicadores sócio-econômicos. Pesquisa Operacional, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 83-112, 2005.
SOARES NETO, J. J. et al. Uma escala para medir a infraestrutura escolar. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013.
TEDDLIE, C.; STRINGFIELD, S. Schools make a difference: lessons learned from a 10-year study of school effects. New York: Teachers College, 1993.
YOUNG, M. O futuro da educação em uma sociedade do conhecimento: o argumento radical em defesa de um currículo centrado em disciplinas. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 16, n. 48, p. 609-623, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Estudos em Avaliação Educacional
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons BY-NC do tipo "Atribuição Não Comercial" que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).