Defasagem idade-série e letramento científico no Pisa
DOI:
https://doi.org/10.18222/eae.v31i77.7103Palavras-chave:
Pisa, Brasil, Letramento Científico, Defasagem Idade-série.Resumo
O artigo analisa a preparação científica de estudantes brasileiros participantes do Pisa (Programme for International Student Assessment – em português Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes), considerando a defasagem idade-série. Foram realizadas uma análise exploratória dos resultados e uma regressão linear para investigar o efeito da variável repetência sobre o desempenho em ciências dos estudantes brasileiros. O estudo mostra que: os estudantes brasileiros estão em desvantagem em relação aos estudantes dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); a maioria dos estudantes brasileiros não é capaz de realizar as tarefas mais simples estabelecidas pelo Pisa; a diferença entre estudantes brasileiros defasados e estudantes da OCDE alcança 150 pontos em algumas competências; apenas os estudantes brasileiros das séries finais do ensino médio atingem os níveis esperados pelo Pisa.Palavras-chave: Pisa, Brasil, Letramento Científico, Defasagem Idade-série. Distorsión de grado y edad y la competencia científica en PisaEl artículo analiza la preparación científica de los estudiantes brasileños que participan en el PISA (Programme for International Student Assessment – en español, Programa Internacional de Evaluación de Estudiantes), teniendo en cuenta la distorsión de grado y edad. Se realizó un análisis exploratorio de los resultados y una regresión lineal para investigar el efecto de la variable de repetición en el rendimiento en ciencias de los estudiantes brasileños. El estudio muestra que: los estudiantes brasileños están en desventaja en comparación con los estudiantes de los países de la Organización para Cooperación y Desarrollo Económico (OCDE); la mayoría de los estudiantes brasileños no puede realizar las tareas más simples establecidas por el PISA; la diferencia entre estudiantes brasileños que presentan distorsión de grado y edad y estudiantes de la OCDE alcanza a 150 puntos en algunas competencias; solo los estudiantes brasileños en los años finales de la escuela secundaria alcanzan los niveles esperados por el PISA.Palabras clave: Pisa, Brasil, Competencia Científica, Distorsión de Grado y Edad. Age-grade distortion and scientific literacy in PisaThe article analyzes the scientific preparation of Brazilian students participating in PISA (Programme for International Student Assessment), taking into account the age-grade distortion. An exploratory analysis of the results and a linear regression were carried out to investigate the effect of the grade repetition variable on Brazilian students’ performance in Science. The study shows that: Brazilian students are at a disadvantage compared to students from Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) countries; the majority of Brazilian students are not able to perform the simplest tasks defined by PISA; the difference between Brazilian over-age students and OECD students reaches 150 points in some competencies; only Brazilian students in the final grades of secondary education reach the levels expected by PISA.Keywords: Pisa, Brazil, Scientific Literacy, Age-grade Distortion.Referências
ALVARADO, L. K. A. et al. Does grade retention affect students’ achievement in Colombia? Vniversitas Económica, Bogotá, v. 18, n. 8, p. 1-37, 26 jul. 2018.
ALVES, F.; ORTIGÃO, M. I. R.; FRANCO, C. Origem social e risco de repetência: interação entre raça-capital econômico. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 130, p. 161-180, jan./abr. 2007.
BABBIE, E. Métodos de pesquisas de survey. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
BRANDÃO, Z.; BAETA, A. M. B.; ROCHA, A. D. Evasão e repetência no Brasil: a escola em questão. Rio de Janeiro: Achiamé, 1983.
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações curriculares para o ensino médio: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135 p. (Orientações curriculares para o ensino médio, volume 2).
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Resultados nacionais – Pisa 2006: Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Brasília: Inep, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Brasil no PISA 2015: análises e reflexões sobre o desempenho dos estudantes brasileiros. Brasília: Inep, 2016.
BYBEE, R. W. Achieving scientific literacy: from purposes to practices. Portsmouth, NH: Heinemann, 1997a.
BYBEE, R. W. Toward an understanding of scientific literacy. In: GRABER, W.; BOLTE, C. Scientific literacy. Kiel, Germany: Institute for Science Education, 1997b. p. 37-68.
CORREA, E. V.; BONAMINO, A.; SOARES, T. M. Evidências do efeito da repetência nos primeiros anos escolares. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 25, n. 59, p. 242-269, set./dez. 2014.
COSTA-RIBEIRO, S. A Pedagogia da repetência. Estudos Avançados, São Paulo, v. 5, n. 12, p. 7-21, maio/ago. 1991.
CRAHAY, M. Poderá a escola ser justa e eficaz? Da igualdade das oportunidades à igualdade dos conhecimentos. Tradução de Vasco Farinha. Lisboa: Instituto Piaget, 2002.
DALTON, B. Grade level and science achievement: US performance in cross-national perspective. Comparative Education Review, Chicago, v. 56, n. 1, p. 125-154, Feb. 2012.
DIRIS, R. Don’t hold back? The effect of grade retention on student achievement. Education Finance and Policy, New York, v. 12, n. 3, p. 312-341, summer 2017.
FENSHAM, P. J. Time to change drivers for scientific literacy. Canadian Journal of Science, Mathematics, and Technology Education, Toronto, v. 2, n. 1, p. 9-24, Jan. 2000.
FERRÃO, M. E. et al. The relevance of the school socioeconomic composition and school proportion of repeaters on grade repetition in Brazil: a multilevel logistic model of PISA 2012. Large-scale Assessments in Education, v. 5, n. 1, p. 7, Dec. 2017.
FRANCO, C. et al. Eficácia escolar en Brasil: investigando prácticas y políticas escolares moderadoras de desigualdades educacionales. In: CUETO, S. Educación y brechas de equidad em América Latina. Santiago: Preal, 2007. t. 1, p. 223-249.
FREITAS, M. A. T. A escolaridade média no ensino primário brasileiro. Revista Brasileira de Estatística, Rio de Janeiro, v. 8, n. 30-31, p. 395-474, 1947.
GARCÍA-PÉREZ, J. I. et al. Does grade retention affect students’ achievement? Some evidence from Spain. Applied Economics, London, v. 46, n. 12, p. 1373-1392, Feb. 2014.
GOOS, M. et al. How can cross-country differences in the practice of grade retention be explained? A closer look at national educational policy factors. Comparative Education Review, Chicago, v. 57, n. 1, p. 54-84, Feb. 2012.
GRABER, W.; BOLTE, C. Scientific literacy. Kiel, Germany: Institute for Science Education, 1997.
IKEDA, M.; GARCÍA, E. Grade repetition: a comparative study of academic and non-academic consequences. OECD Journal: Economic Studies, Paris, v. 2013/1, p. 269-315, Jan./Dec. 2014.
KLEIN, R. Uma re-análise dos resultados do Pisa: problemas de comparabilidade. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 19, n. 73, p. 717-768, out./dez. 2011.
LAW, N. Scientific literacy: charting the terrains of a multifaceted enterprise. Canadian Journal of Science, Mathematics, and Technology Education, Toronto, v. 2, n. 2, p. 151-176, Jan. 2002.
MATOS, D. A. S.; FERRÃO, M. E. Repetência e indisciplina: evidências de Brasil e Portugal no Pisa 2012. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 46, n. 161, p. 614-636, jul./set. 2016.
MAYER, V. J. (ed.). Global science literacy. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2002.
MAYER, V. J.; KUMANO, Y. The philosophy of science and global science literacy. In: MAYER, V. J. (ed.). Global science literacy. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2002.
MURI, A. F. A formação científica no Brasil e o Pisa: um estudo a partir do PISA 2006. Letônia: Novas Edicões Acadêmicas, 2015.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Measuring student knowledge and skills: a new framework for assessment. Paris: OECD Publishing, 1999.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). The PISA 2003 assessment framework: mathematics, reading, science and problem solving knowledge and skills. Paris: OECD Publishing, 2003.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). The PISA 2006 assessment framework for science, reading and mathematics. Paris: OECD Publishing, 2006.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Competências em ciências para o mundo de amanhã. Volume 1: Análise. São Paulo: Moderna, 2008.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Strong performers and successful reformers in education: lessons from PISA for the United States. Paris: OECD Publishing, 2010.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). PISA 2009 technical report. Paris: OECD Publishing, 2012.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). PISA 2015 draft science framework. Paris: OECD Publishing, 2013a.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). PISA 2012 results: what makes schools successful – Resources, policies and practices. Paris: OECD Publishing, 2013b. v. 4.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). PISA 2012 results: excellence through equity – Giving every student the chance to succeed. Paris: OECD Publishing, 2013c. v. 2.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Education policy outlook 2015: making reforms happen. Paris: OECD Publishing, 2015.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). PISA 2015 assessment and analytical framework. Paris: OECD Publishing, 2016.
PEREIRA, M. C.; REIS, H. Grade retention during basic education in Portugal: determinants and impact on student achievement. Economic Bulletin and Financial Stability Report Articles, Lisbon, v. 1, n. 1, p. 61-83, Jun. 2014.
ROBERTS, D. A. Scientific literacy. Towards a balance for setting goals for school science programs. Ottawa: Minister of Supply and Services, 1983.
SASSAKI, A. H. et al. Por que o Brasil vai mal no PISA? Uma análise dos determinantes do desempenho no exame. São Paulo: Insper, 2018. (Policy Paper, 31).
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION (UNESCO). Project 2000+: International Forum on Scientific and Technological Literacy for All. Final Report. Paris, 1993.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons BY-NC do tipo "Atribuição Não Comercial" que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).