Racismo e reivindicação de reconhecimento na experiência curricular
Palavras-chave:
Racismo, Currículo, Segregação Escolar, ResponsabilidadeResumo
A partir da teoria pós-estrutural, problematizamos a distribuição tática da precariedade endereçada a pessoas pretas, diluída em políticas de Estado, em práticas institucionais e em relações intersubjetivas cotidianas. Em razão do caráter performativo da teoria, burilamos os diferentes modos de aparecimento da precariedade em algumas pesquisas, entendida como persistência de um traço do racismo. Argumentamos que a distribuição desigual do cuidado extrapola a dimensão material e vaza para os processos de subjetivação de crianças negras na experiência curricular. Diante da promessa de solução sempre adiada, trazem uma reivindicação que constrange as normas de reconhecimento, transitando para a exigência política de humanização, não apenas como gesto ético de cuidado, mas também de reparação.
Downloads
Referências
Anthunes, A. (2023, 20 de novembro). 64% dos jovens negros afirmam que o ambiente escolar é o local em que mais sofrem racismo. Mundo Negro. https://mundonegro.inf.br/64-dos-jovens-negros-afirmam-que-o-ambiente-escolar-e-o-local-em-que-mais-sofrem-racismo/
Butler, J. (2015). Quadros de guerra: Quando a vida é passível de luto? (S. T. de N. Lamarão, A. M. da Cunha, Trad., C. Rodrigues, Rev.). Civilização Brasileira.
Butler, J. (2017). Relatar a si mesmo: Crítica à violência ética (R. Bettoni, Trad.). Autêntica.
Butler, J. (2019). Corpos em aliança e a política das ruas: Notas para uma teoria performativa de assembleia (4ª ed., F. S. Miguens, Trad., C. Rodrigues, Rev.). Civilização Brasileira. (Obra original publicada em 2018).
Butler, J. (2021). Discurso de ódio: Uma política do performativo (R. B. Viscardi, Trad.). Editora da Unesp.
Candido, B. de P., Barros, S., Régio, L., Ballan, C., & Oliveira, M. A. F. de. (2022). O quesito raça/cor no processo de cuidado em centro de atenção psicossocial infantojuvenil. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 56, Artigo e20210363, 1-8. https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-0363
Cantuário, V. A. P., & Alves, M. F. da S. (2021). Do racismo na escola a uma escola contra o racismo: Reflexões a respeito do cenário brasileiro. Revista Educação e Emancipação, 14(2), 506-534. https://doi.org/10.18764/2358-4319.v14n2p506-534
Cintra, É. D., & Weller, W. (2021). Jovens negras no ensino médio público e privado: Leituras interseccionais sobre suas vivências e percepções do racismo. Educar em Revista, 37, Artigo e76051, 1-23. https://doi.org/10.1590/0104-4060.76051
Gil, N. de L., & Antunes, C. P. (2021). Formas de exclusão e de presença da população negra na história da escola sul-rio-grandense. Revista Brasileira de História da Educação, 21(1), Artigo e174, 1-29. https://doi.org/10.4025/10.4025/rbhe.v21.2021.e174
Jesus, G. M. de, Costa, M. B. da, Dias, L. A., Barbosa, V. C., Filho, Araújo, R. H. de O., Barros, A. K. C., Araújo, L. D. M. dos S., & Schrann, M. M. F. (2023). Desigualdades de cor/raça na disponibilidade de instalações para a prática de atividades físicas e esportes nas escolas públicas de Educação Básica do Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 45, Artigo e20230029, 1-9. https://doi.org/10.1590/rbce.45.e20230029
Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. (2003). Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, DF. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm
Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008. (2008). Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, DF. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm
Macedo, E. F. de. (2017). O currículo no portão da escola. In E. Macedo, & T. Ranniery (Orgs.), Currículo, sexualidade e ação docente (pp. 17-44). DP et Alii.
Marcelino, S. R. D. S. (2019). Masculinidades, racismo e o desafio de corpos negros na escola: Narrativas de homens negros. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as, 11(30), 174-196. https://abpnrevista.org.br/site/article/view/804
Matos, P. M., & França, D. X. de. (2023). Racismo e escolarização: Formas e consequências na trajetória escolar de alunos negros. Revista Contexto & Educação, 38(120), Artigo e10888, 1-18. https://doi.org/10.21527/2179-1309.2023.120.10888
Morrison, T. (2019). O olho mais azul (2ª ed., M. P. Ferreira, Trad.). Companhia das Letras.
Musatti-Braga, A. P., & Rosa, M. D. (2018). Escutando os subterrâneos da cultura: Racismo e suspeição em uma comunidade escolar. Revista Psicologia em Estudo, 23, 1-16. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v23.e37502
Perussatto, M. K. (2022). Escola noturna “O exemplo”: Educação e emancipação dos trabalhadores na imprensa negra do pós-abolição. Revista Brasileira de História da Educação, 22(1), 1-23. https://doi.org/10.4025/rbhe.v22.2022.e217
Quilomba, G. (2019). Memórias de plantação: Episódios de racismo cotidiano. Cobogó.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Cadernos de Pesquisa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).