Ensino médio inovador: ressignificações de educação de qualidade em contextos locais
DOI:
https://doi.org/10.18222/eae266202775Palavras-chave:
Qualidade do ensino, Ensino médio, Programa ensino médio inovador – proemi, Políticas públicas em educaçãoResumo
Neste artigo, apresentamos uma pesquisa realizada com docentes de duas escolas públicas de ensino médio do estado do Ceará sobre os sentidos atribuídos à qualidade na educação a partir das ações do Programa Ensino Médio Inovador. Com base na concepção de ciclo de políticas de Ball e Bowe (1998), entendemos que as políticas educacionais são produções de significações curriculares desenvolvidas em múltiplos contextos. Rompendo com a polarização dicotômica entre política e prática, buscamos superar a compreensão da escola como local somente de resistência ou de implementação da política, já que os documentos do Ministério da Educação, mesmo que aceitos pela escola, são reelaborados, traduzidos, ressignificados na cultura escolar. Assim, as ressignificações efetivadas nas escolas se diferenciam de acordo com o grau de reconhecimento, com a credibilidade da instituição e de sua relação com a comunidade escolar, com os órgãos diretivos e com sua própria história.
Downloads
Referências
BALL, Stephen J. La micropolítica de la escuela: hacia una teoría de la organización escolar. Barcelona; Madrid: Paidós Ibérica, 1994a.
BALL, Stephen J. Education reform: a critical and post-structural approach. Buckingham: Open University, 1994b.
BALL, Stephen J. Cidadania global, consumo e política educacional. In: SILVA, Luiz Heron da (Org.). A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. p. 121-137.
BALL, Stephen J. Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico-social: uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional. In: BALL, Stephen J.; MAINARDES, Jefferson (Org.). Políticas educacionais: questões e dilemas. São Paulo: Cortez, 2011. p. 21-53.
BALL, Stephen J.; BOWE, Richard. Subject departments and the “implementation” of National Curriculum policy: an overview of the issues. Journal of Curriculum Studies, v. 24, n. 2, p. 97-115, 1992. DOI: https://doi.org/10.1080/0022027920240201
BALL, Stephen J.; BOWE, Richard. El currículum nacional y su “puesta en práctica”: el papel de los departamentos de materias o asignaturas. Revista de Estudios del Currículum, v. 1, n. 2, p. 105-131, 1998.
BALL, Stephen; MAGUIRE, Meg; BRAUN, Annette. How schools do policy: policy enactments in secondary schools. London: Routlegde, 2012. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203153185
BALL, Stephen J.; MAINARDES, Jefferson (Org.). Políticas educacionais: questões e dilemas. São Paulo: Cortez, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais do ensino médio. Brasília, DF: MEC, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação. Ensino médio integrado à educação profissional. Brasília, DF: MEC, 2006. Salto para o Futuro.
BRASIL. Ministério da Educação. Programa Ensino Médio Inovador: documento orientador. Brasília, DF: MEC, 2013.
BRASIL. Senado Federal. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996.
BRASIL. Senado Federal. Decreto n. 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências. Brasília, DF: MEC, 2004
BRASIL. Senado Federal. Decreto n. 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o parágrafo 2º do art. 36 e os arts. 39 a 42 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e dá outras providências. Brasília, DF: MEC, 1997.
BUSNARDO, Flávia de Mattos Giovannini. Políticas curriculares para o ensino médio: a atuação da comunidade disciplinar de ensino de Biologia. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPEd, 32., Caxambu, 2011.
CANDAU, Vera Maria. Qualidade da educação: um discurso inovador? Rio de
Janeiro: Novamerica, 2002.
CANDAU, Vera Maria; LEITE, Miriam S. Diálogos entre diferença e educação. In: CANDAU, Vera Maria (Org.). Educação intercultural e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006. p. 121-139.
CHAGAS, Wagner dos Santos. Do contexto da influência ao contexto da prática: caminhos percorridos para a implementação da Lei 10.639/03 nas escolas municipais de Esteio/RS. São Leopoldo: Unisinos, 2010.
CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.
DEMO, Pedro. Qualidade e educação. Campinas, SP: Papirus, 2001.
ENGUITA, Mariano F. O discurso da qualidade e a qualidade do discurso. In: GENTILI, Pablo. Neoliberalismo, qualidade total e educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. p. 121-135.
FREITAS, Dirce Nei Teixeira de. Avaliação da educação básica e ação normativa federal. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 123, p. 663-689, set./dez. 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15742004000300008
GENTILI, Pablo. Neoliberalismo, qualidade total e educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
KULESZA, Wojciech; MEDEIROS, Maria Deusa (Org.). Educação básica: da teoria à metodologia. João Pessoa: Universitária, 2000.
LACLAU, Ernesto. Power and representation. In: POSTER, Mark (Ed.).
Politics, theory and contemporary culture. New York: Columbia University,
p. 277-297.
LOPES, Alice Casimiro. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1999.
LOPES, Alice Casimiro. Política de currículo: recontextualização e hibridismo. Currículo sem Fronteiras, v. 5, n. 2, p. 50-64, jul./dez. 2005.
LOPES, Alice Casimiro. Discursos nas políticas de currículo. Currículo sem Fronteiras, v. 6, n. 2, p. 33-52, jul./dez. 2006.
LOPES, Alice Casimiro. A qualidade da escola pública: uma questão de currículo? In: OLIVEIRA, Marcos Aurélio et al. (Org.). A qualidade da escola pública no Brasil. Belo Horizonte: Mazza, 2012. p. 34-65.
LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Políticas de currículo em múltiplos contextos. São Paulo: Cortez, 2006.
LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de currículo. São Paulo: Cortez, 2011.
MACHADO, Nilson José. Qualidade da educação: cinco lembretes e uma lembrança. Estudos Avançados, São Paulo, v. 21, n. 61, p. 277-294, set./dez. 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142007000300018
MAINARDES, Jefferson. Abordagem do ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação & Sociedade, Campinas,
v. 27, n. 94, p. 47-69, jan./abr. 2006.
MINAYO, Maria Cecília de S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
OLIVEIRA, Ana de; LOPES, Alice Casimiro. A abordagem do ciclo de políticas:
uma leitura pela teoria do discurso. Cadernos de Educação, Pelotas, n. 38, p. 19-41, jan./abr. 2011.
RICHARDSON, Roberto. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2009.
SANTOS, Jean Mac Cole Tavares. De novo ensino médio aos problemas de sempre: entre marasmos, apropriações e resistências escolares. Fortaleza: Edições UFC, 2007.
SANTOS, Jean Mac Cole Tavares; OLIVEIRA, Márcia Betânia de. Políticas curriculares no ensino médio: ressignificações no contexto escolar. Currículo sem Fronteiras, v. 13, n. 3, p. 497-513, set./dez. 2013.
TURA, Maria de Lourdes. A recontextualização por hibridismo na prática pedagógica da disciplina Ciências. Currículo sem Fronteiras, v. 9, n. 2,
p. 133-148, jul./dez. 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons BY-NC do tipo "Atribuição Não Comercial" que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).