Diversidade, estigmatização e pertencimento no contexto universitário

Autores

Palavras-chave:

Identidade, Discriminação, Universidade

Resumo

Esta pesquisa analisou o processo de estigmatização de estudantes vistos como outsiders na universidade pública e os modos como eles buscam reconhecimento e pertencimento nesse contexto. Para isso, raça, gênero e diversidade sexual foram considerados condições que, socialmente, ainda vulnerabilizam certos grupos. Por meio de entrevistas individuais e grupos focais, identificaram-se (re)construções identitárias resultantes da maior ou menor internalização de estigmas imputados, da forma como a pertença grupal se articula no meio acadêmico e do modo como a universidade se apresenta na trajetória dos estudantes. Considera-se que este estudo proporciona maior entendimento acerca do papel da instituição universitária para aqueles considerados outsiders e articula conceitos relevantes nesse campo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Carvalho Freitas, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora (MG), Brasil

Psicóloga pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Especialista em Clínica Psicanalítica pela PUC – Minas e Mestra em Administração pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

 

Angelo Brigato Ésther, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora (MG), Brasil

Pesquisador e Professor Associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Pós-doutor pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), da Universidade de Coimbra (Portugal). Doutor e Mestre em Administração pela UFMG. Coordenador do Grupo de Pesquisa SOCIUS/UFJF, investigador do CEIS20 e professor permanente do Programa de Pós-Graduação de Administração (PPGA) da UFJF.

 

Joelma Cristina Santos, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), São João del Rei (MG), Brasil

Doutoranda e Mestra em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (PPGPSI/UFSJ). Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas (UFSJ) e em Qualidade de Vida nas Organizações (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG).

Referências

Allport, G. (1954). The nature of prejudice. Addison-Wesley.

Almeida, S. (2020). Racismo estrutural. Jandaíra.

Baccega, M. A. (1998). O estereótipo e as diversidades. Comunicação & Educação, (13), 7-14. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v0i13p7-14

Barbour, R. (2009). Grupos focais (Coleção Pesquisa Qualitativa). Bookman.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.

Batista, W. M., & Mastrodi, J. (2018). Dos fundamentos extraeconômicos do racismo no Brasil. Revista Direito e Práxis, 9(4), 2332-2359. https://doi.org/10.1590/2179-8966/2018/30077

Becker, H. S. (2008). Outsiders: Estudos de sociologia do desvio. Zahar.

Bilge, S. (2018). Interseccionalidade desfeita: Salvando a interseccionalidade dos estudos feministas sobre interseccionalidade. Revista Feminismos, 8(3), 67-82.

Butler, J. (2003). Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade. Record.

Butler, J. (2009). Performatividad, precariedad y políticas sexuales. Revista de Antropologia Iberoamericana, 4(3), 321-336.

Cardoso, F. G. (2005). Perspectiva das classes subalternas nas sociedades capitalistas: Reafirmação do projeto histórico dessas classes. Em Debate, (2), Artigo 7755.

Carvalho-Freitas, M. N., Silva, O. A., Tette, R. P. G., & Silva, C. V. (2017). Diversidade em contextos de trabalho: Pluralismo teórico e questões conceituais. Revista Economia & Gestão, 17(48), 174-191. https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2017v17n48p174-191

Castells, M. (2001). A sociedade em rede (3a ed.). Paz e Terra.

Ciampa, A. C. (1991). Identidade. In S. T. M. Lane, & W. Codo (Orgs.), Psicologia social: O homem em movimento (9a ed., pp. 58-75). Brasiliense.

Ciampa, A. C. (1996). A estória do Severino e a história da Severina: Um ensaio de psicologia social. Brasiliense.

Collins, P. H. (2016). Aprendendo com a outsider within: A significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, 31(1), 99-127. http://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100006

Cortina, M. O. C. (2015). Mulheres e tráfico de drogas: Aprisionamento e criminologia feminista. Revista Estudos Feministas, 23(3), 761-778. https://doi.org/10.1590/0104-026X2015v23n3p761

Crenshaw, K. (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, 10(1), 171-188. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011

Duarte, R. (2002). Pesquisa qualitativa: Reflexões sobre o trabalho de campo. Cadernos de Pesquisa, (115), 139-154. https://doi.org/10.1590/S0100-15742002000100005

Dubar, C. (1997). A socialização: Construção das identidades sociais e profissionais. Porto.

Elias, N. (1994). A sociedade dos indivíduos. Zahar.

Elias, N., & Scotson, J. (2000). Os estabelecidos e os outsiders: Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Zahar.

Fernandes, F. (2008). A integração do negro na sociedade de classes: O legado da raça branca. Globo.

Fontanella, B. B., Campos, C. J. G., & Turato, E. R. (2006). Coleta de dados na pesquisa clínico- -qualitativa: Uso de entrevistas não dirigidas de questões abertas por profissionais da saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 14(5), 812-820. https://doi.org/10.1590/S0104-11692006000500025

Goffman, E. (2008). Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. LTC.

Guimarães, A. S. A., & Steil, C. A. (2006). Cotas raciais na universidade: Um debate. UFRGS Editora.

Honneth, A. (2009). Luta pelo reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais. Editora 34.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2021). Síntese de Indicadores Sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira. IBGE.

Knights, D., & Tullberg, M. (2012). Managing masculinity/mismanaging the corporation. Organization, 19(4), 385-404. https://doi.org/10.1177/1350508411408170

Kyrillos, G. M. (2020). Uma análise crítica sobre os antecedentes da interseccionalidade. Revista Estudos Feministas, 28(1), Artigo e56509. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n156509

Lei n. 12.711, de 29 de agosto de 2012. (2012). Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Brasília, DF. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm

Louro, G. L. (1997). Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. Vozes.

Minayo, M. C. S. (1994). O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. Hucitec.

Munanga, K. (2006). Algumas considerações sobre “raça”, ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos. Revista USP, (68), 46-57. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i68p46-57

Oliven, A. C. (2007). Ações afirmativas nas universidades brasileiras: Uma questão política, um desafio pedagógico. In M. E. D. P. Franco, & E. D. Krahe (Orgs.), Pedagogia universitária e áreas de conhecimento (pp. 151-160). RIES/PRONEX EdiPucrs.

Pettigrew, T. F., & Tropp, L. R. (2006). A meta-analytic test of intergroup contact theory. Journal of Personality and Social Psychology, 90(5), 751-783. http://doi.org/10.1037/0022-3514.90.5.751

Piza, E., Guimarães, J. R., & Argolo, P. (2017). Quem quer ser Madame Satã? Raça e homossexualidade no discurso médico legal da primeira metade do século XX. Revista Direito e Práxis, 8(1), 229-261. https://doi.org/10.12957/dep.2017.21593

Scott, J. W. (2016). Gênero: Uma categoria útil para análise histórica. Cadernos de História UFPE, 11(11), 9-39.

Silva, A. S. M. (2011). Assédio moral no ambiente de trabalho. Revista Jurídica Orbis, 1(2), 99-120.

Silva, F. L. (2001). Reflexões sobre o conceito e a função da universidade pública. Estudos Avançados, 15(42), 295-304. https://doi.org/10.1590/S0103-40142001000200015

Simões, J. A. (2014). O campo de estudos socioantropológicos sobre diversidade sexual e de gênero no Brasil: Ensaio sobre sujeitos, temas e abordagens. Cadernos Pagu, (42), 75-98. https://doi.org/10.1590/0104-8333201400420075

Strauss, A. (1999). Espelhos e máscaras: Em busca de identidade. Edusp.

Todxs. (2021). Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTI+: Mercado de trabalho e renda. Todxs. https://todxs-site.s3.amazonaws.com/pesquisa-nacional-blocoB-vf.pdf

Veiga, C. G. (2017). Crianças pobres como grupo outsider e a participação da escola. Educação & Realidade, 42(4), 1239-1256. http://dx.doi.org/10.1590/2175-623664210

Vianna, C. P. (2015). O movimento LGBT e as políticas de educação de gênero e diversidade sexual: Perdas, ganhos e desafios. Educação e Pesquisa, 41(3), 791-806. https://doi.org/10.1590/s1517-97022015031914

Wedderburn, C. M. (2007). O racismo através da história: Da antiguidade à modernidade. Editora Unesp.

Publicado

16-08-2023

Como Citar

Freitas, M. C., Ésther, A. B., & Santos, J. C. (2023). Diversidade, estigmatização e pertencimento no contexto universitário. Cadernos De Pesquisa, 53, e09940. Recuperado de https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/9940

Edição

Seção

Educação Superior, Profissões, Trabalho