Gênero e pré-escola: experiências e estratégias de homens educadores de infância
Palavras-chave:
Educação Pré-Escolar, Relações De Gênero, Homem, MasculinidadeResumo
Este estudo analisou as dinâmicas de gênero no contexto da educação de infância, em Portugal. Procurámos observar se os homens educadores de infância vivenciam as consequências negativas associadas aos tokens e a possível emergência de fenômenos relacionados com a construção social da masculinidade. A análise temática dos conteúdos de 14 entrevistas individuais semiestruturadas com educadores/as de infância originou seis temas e evidenciou a especificidade da inserção profissional dos homens. As vivências e as estratégias descritas pelos entrevistados e percecionadas pelas entrevistadas evidenciam os efeitos da construção social da masculinidade e confirmam parte dos efeitos do seu estatuto de tokens, ainda que de modo distinto ao revelado pelos estudos centrados nas mulheres nessa situação.
Downloads
Referências
Acker, J. (1990). Hierarchies, jobs, bodies: A theory of gendered organizations. Gender and Society, 4, 139-158. https://dx.doi.org/10.1177/089124390004002002
Alves, B. F. (2012). A experiência vivida de professores do sexo masculino na educação infantil: Uma questão de gênero? [Dissertação de Mestrado]. Universidade de Fortaleza, Fundação Edson Queiroz. https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFOR_dc1264d3925358739f9c587e925c0c50
Amâncio, L. (1994). Masculino e feminino: Construção social da diferença (3a ed.). Edições Afrontamento.
Amâncio, L., & Oliveira, J. M. (2006). Men as individuals, women as a sexed category: Implications of symbolic asymmetry for feminist practice and feminist psychology. Feminism & Psychology, 16, 35-43. http://dx.doi.org/10.1177/0959-353506060818
Amâncio, L., & Santos, M. H. (2021). Gender equality and modernity in Portugal: An analysis on the obstacles to gender equality in highly qualified professions. Social Sciences, 10(5), 162. https://doi.org/10.3390/socsci10050162
Barreto, M., Ellemers, N., & Palacios, M. S. (2004). The backlash of token mobility: The impact of past group experiences on individual ambition and effort. Personality and Social Psychology Bulletin, 30, 1433-1445. https://dx.doi.org/10.1177/0146167204264336
Børve, H. E. (2017). Men in kindergartens: work culture and gender. Early Child Development and Care, 187(7), 1083-1094. http://doi.org/10.1080/03004430.2016.1154853
Bozani, V. (2021). Masculinity, femininity, and workplace outcomes. In K. F. Zimmermann (Ed.), Handbook of labor, human resources and population economics (pp. 1-27). Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-319-57365-6_24-1
Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3, 77-101. https://dx.doi.org/10.1191/1478088706qp063oa
Calás, M. B., Smircich, L., & Holvino, E. (2014). Theorizing gender-and-organizations. In S. Kumra, R. Simpson, & J. Burke (Eds.), The Oxford handbook of gender in organizations (pp. 17-52). Oxford University Press.
Casaca, S. F., & Lortie, J. (2017). Handbook on gender and organizational change. Training Centre of the International Labour Organization.
Connell, R. W. (1987). Gender and power: Society, the person, and sexual politics. Standford University Press.
Connell, R. W. (1990). The state, gender, and sexual politics: Theory and appraisal. Theory and Society, 19(5), 507-544. https://www.jstor.org/stable/657562
Connell, R. W. (1995). Masculinities. Polity Press.
Connell, R. W. (2002). Gender. Polity Press.
Connell, R. W. (2005). Globalization, imperialism, and masculinities. In M. S. Kimmel, J. Hearn, & R. W. Connell (Eds.), Handbook of studies on men and masculinities (pp. 71-89). Sage Publications.
Connell, R. (2006). Glass ceilings or gendered institutions? Mapping the gender regimes of public sector worksites. Public Administration Review, 66, 792-960. https://doi.org/10.1111/j.1540-6210.2006.00652.x
Connell, R., & Pearse, R. (2015). Gender in world perspective (3a ed.). Polity Press.
Cortez, M. G. (2015). A profissão de educador de infância e o género masculino. Whitebooks.
Costa, M. (1998). A construção social da identidade do educador de infância. Edições APPACDM.
Cromer, L. D., & Goldsmith, R. E. (2010). Child sexual abuse myths: Attitudes, beliefs, and individual differences. Journal of Child Sexual Abuse, 19, 618-647. https://doi.org/10.1080/10538712.2010.522493
Delgado, C. A. P. C. (2016). Dinâmicas de género na Polícia Judiciária: Análise em contexto maioria e minoria [Dissertação de Mestrado]. Iscte – Instituto Universitário de Lisboa.
Donnelly, K., & Twenge, J. M. (2017). Masculine and feminine traits on the Bem Sex-Role Inventory, 1993-2012: A cross-temporal meta-analysis. Sex Roles, 76, 556-565. https://doi.org/10.1007/s11199-016-0625-y
Drudy, S. (2008). Gender balance/gender bias: The teaching profession and the impact of feminization. Gender and Education, 20(4), 309-323. https://doi.org/10.1080/09540250802190156
Floge, L., & Merrill, D. (1986). Tokenism reconsidered male nurses and female physicians in a hospital setting. Social Forces, 64, 925-947.
Gamble, R., & Wilkins J. (1997). Beyond tradition: Where are men in elementary education? Contemporary Education, 68, 187-193.
Hearn, J. (2004). From hegemonic masculinity to the hegemony of men. Feminist Theory, 5(1), 49-72. https://doi.org/10.1177/1464700104040813
Heikes, J. (1991). When men are the minority: The case of men in nursing. Sociological Quarterly, 32, 389-401. https://doi.org/10.1111/j.1533-8525.1991.tb00165.x
Hetherton, J. (1999). The idealization of women: Its role in the minimization of child sexual abuse by females. Child Abuse & Neglect, 23, 161-174. https://doi.org/10.1016/S0145-2134(98)00119-7
Kanter, R. M. (1977). Some effects of proportions on group life: Skewed sex ratios and responses to token women. The American Journal Sociology, 82, 965-990. https://dx.doi.org/10.1086/226425
Kanter, R. M. (1993). Men and women of the corporation (2a ed.). Basic Books.
Klecker, B. M., & Loadman, W. E. (1999). Measuring principals’ openness to change on three dimensions: Affective, cognitive and behavioral. Journal of Instructional Psychology, 26(4), 213-225.
Lam, D. (2014). A study of male participation in early childhood education. International Journal of Educational Management, 28(5), 498-509. https://doi.org/10.1108/IJEM-02-2013-0024
Lewis-Beck, M. S., Bryman, A., & Liao, T. F. (Eds.). (2004). The SAGE Encyclopedia of Social Science Research Methods (vols. 1-3). Sage Publications, Inc.
Maccorquodale, P., & Jensen, G. (1993). Women in the law: Partners or tokens? Gender & Society, 7, 582-593. https://dx.doi.org/10.1177/089124393007004007
Margalha. H. (2009). A feminização na educação básica: Os docentes do género masculino na educação de crianças [Dissertação de Mestrado]. Universidade de Évora.
Marques, A. M. (2011). Masculinidade e profissões: Discursos e resistências. Fundação Calouste Gulbenkian/ Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Morais, P. S. (2019). Dinâmicas de género num contexto profissional masculino: O caso da Força Aérea Portuguesa [Dissertação de Mestrado]. Iscte – Instituto Universitário de Lisboa.
Oliveira, M. (2007). A Casa Pia e a imprensa: Jornalistas em acto de contrição. A impiedade das críticas ou auto-regulação? In M. Pinto, & H. Sousa (Orgs.), Casos em que o jornalismo foi notícia (pp. 125-148). Campo das Letras, Editores S.A.
Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD). (2014). Education at a glance 2014: OECD Indicators. OECD Publishing. http://dx.doi.org/10.1787/eag-2014-en
Ott, M. (1989). Effects of the male-female ratio at work: Policewomen and male nurses. Psychology of Women Quarterly, 13, 41-57. https://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6402.1989.tb00984.x
Peeters, J., Rohrmann, T., & Emilsen, K. (2015). Gender balance in ECEC: Why is there little progress? European Early Childhood Education Research Journal, 23(3), 302-314. https://doi.org/10.1080/1350293X.2015.1043805
Pordata. (2021). Educação. Docentes. https://www.pordata.pt/Subtema/Portugal/Docentes-43
Rabelo, A. O. (2013). Professores discriminados: Um estudo sobre os docentes do sexo masculino nas séries do ensino fundamental. Educação e Pesquisa, 39, 907-925. https://doi.org/10.1590/S1517-97022013005000004
Roberts-Holmes, G., & Brownhill, S. (2012). Where are the men? A critical discussion of male absence in the early years. In L. Miller, & C. Cable (Eds.), Professionalization, leadership and management in the early years (pp. 119-132). Sage.
Santos, M. H., & Amâncio, L. (2014). Sobreminorias em profissões marcadas pelo género: Consequências e reações. Análise Social, 212, 700-726. http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/AS_212_d04.pdf
Santos, M. H., & Amâncio, L. (2018). Gender dynamics in elementary school teaching: The advantages of men. European Journal of Women’s Studies, 26(2), 1-16. https://dx.doi.org/10.1177/1350506818802468
Santos, M. H., & Amâncio, L. (2019). Gender and nursing in Portugal: The focus on double status of men in the health context. International Journal of Iberian Studies, 32(3), 159-172. https://doi.org/10.1386/ijis_00003_1
Santos, M. H., Amâncio, L., & Roux, P. (2015). Numbers do not tell the whole story: Gender and medicine in Portugal. Women’s Studies International Forum, 53, 73-82. https://doi.org/10.1016/j.wsif.2015.08.005
Santos, M. H., Roux, P., & Amâncio, L. (2016). Experiences et strategies de femmes investies dans un “monde d’hommes”: Le cas de la politique locale portugaise. Sociologia Problemas e Práticas, 82, 69-87. http://dx.doi.org/10.7458/SPP2016826945
Sargent, P. (2004). Between a rock and a hard place: Men caught in the gender bind of early childhood education. San Diego State University. The Journal of Men’s Studies, 12, 173-192. https:/dx.doi.org/10.3149/jms.1203.173
Sargent, P. (2005). The gendering of men in early childhood education. Sex Roles, 52, 251-259. https://dx.doi.org/10.1007/s11199-005-1300-x
Sarmento, T. (2002). Histórias de vida de educadoras de infância. Instituto de Inovação Educacional.
Sarmento, T. (2004). Correr o risco: Ser homem numa profissão “naturalmente” feminina. In Actas dos ateliers do V Congresso Português de Sociologia (pp. 99-107). Universidade do Minho. https://associacaoportuguesasociologia.pt/cms/docs_prv/docs/DPR4628d6492bf35_1.pdf
Seco, T. (2015). O papel do homem na educação de infância: Construção de uma identidade profissional no masculino [Dissertação de Mestrado]. Escola Superior de Educação de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. http://hdl.handle.net/10400.21/5674
Sullivan, V., Coles, L., Xu, Y., Perales, F., & Thorpe, K. (2020). Beliefs and attributions: Insider accounts of men’s place in early childhood education and care. Contemporary Issues in Early Childhood, 21, 126-137. https://doi.org/10.1177/1463949120929462
Sumsion, J. (2005). Male teachers in early childhood education: Issues and case study. Early Childhood Research Quarterly, 20(1), 109-123. https://doi.org/10.1016/j.ecresq.2005.01.001
Whitehead, S. (1999). Hegemonic masculinity revisited. Gender, Work and Organization, 6(1), 58-62. https://doi.org/10.1111/1468-0432.00069
Williams, C. L. (1992). The glass escalator: Hidden advantages for men in the “female” professions. Social Problems, 39, 253-267. https://dx.doi.org/10.2307/3096961
Williams, C. L. (1995). Still a man’s world: Men who do women’s work. University of California Press.
Yoder, J. D. (1991). Rethinking tokenism: Looking beyond numbers. Gender and Society, 5, 178-192. https://dx.doi.org/10.1177/089124391005002003
Yoder, J. D. (2002). 2001 division 35 presidential address: Context matters: Understanding tokenism processes and their impact on women’s work. Psychology of Women Quarterly, 26, 1-8. https://dx.doi.org/10.1111/1471-6402.00038
Yoder, J. D., Adams, J., & Prince, H. (1983). The price of a token. Journal of Political & Military Sociology, 11, 325-336.
Yoder, J. D., & Berendsen, L. L. (2001). “Outsider within” the firehouse: African American and white women firefighters. Psychology of Women Quarterly, 25, 27-36. https://dx.doi.org/10.1111/1471-6402.00004
Zimmer, L. (1988). Tokenism and women in the workplace: The limits of gender-neutral theory. Social Problems, 35, 64-76. https://doi.org/10.2307/800667
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).