Educação infantil e relações raciais: a tensão entre igualdade e diversidade

Autores

  • Fúlvia Rosemberg Fundação Carlos Chagas (FCC), São Paulo, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Igualdade, Diversidade, Educação infantil, Relações raciais

Resumo

Este artigo tem por objetivo tensionar as implicações epistemológicas e políticas dos conceitos de igualdade/desigualdade e diversidade. Para tanto, focaliza as implicações de cada um deles no campo da educação infantil brasileira. O artigo, apoiando-se nos enfoques teóricos de Nancy Fraser e Antônio Flávio Pierucci, esboça um modelo para compreensão das desigualdades raciais na educação brasileira. Tais perspectivas teóricas são usadas para analisar normativas e padrões de oferta da educação infantil do ponto de vista das relações raciais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BRASIL. Câmara dos Deputados. Estatuto da Igualdade Racial. Brasília, DF: Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse estatística da educação básica 2010. Brasília, DF: MEC/Inep, 2011. Disponível em: <http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 11 jul. 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação da Educação Infantil. Relatório 2. Condições educacionais de crianças de 0 a 6 anos residindo em área rural a partir de dados secundários. Brasília, DF: MEC/UFRGS, 2012a.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. Brasília, DF: MEC/SEB, 2012b.

BRASIL. Ministério da Educação; Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisa Nacional: caracterização das práticas educativas com crianças de 0 a 6 anos de idade residentes em área rural. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2012. v. 1: Análise dos dados quantitativos das condições educacionais de crianças de 0 a 6 anos residentes em área rural: dados secundários.

CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 20, p. 45-56, 2002.

CARLSON, Dennis; APPLE, Michael. Teoria educacional crítica em tempos incertos. In: HYPOLITO, A. M.; GANDIN, L. A. (Org.). Educação em tempos de incertezas. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 11-58.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Direito à educação: direito à igualdade, direito á diferença. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 116, p. 245-262, jul. 2002.

FERREIRA, Antonio Honório. Discursos étnico-raciais e identidades em contexto de programa de ação afirmativa. 2010. Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. 2010.

FRASER, Nancy. Políticas feministas na era do reconhecimento: uma abordagem bidimensional da justiça de gênero. In: BRUSCHINI, C.; UNBEHAUN, S. G. (Org.). Gênero, democracia e sociedade brasileira. São Paulo: Fundação Carlos Chagas/Editora 34, 2002. p. 59-78.

GATTI, Bernardete Angelina. Pós-modernidade, educação e pesquisa. Revista Psicologia da Educação, n. 20, v. 1, p. 139-151, 2005.

HABERMAS, Jürgen. Discurso filosófico da modernidade. Lisboa: Publicação Dom Quixote, 1990.

HENRIQUES, Ricardo. Desigualdade racial no Brasil: evolução das condições de vida na década de 90. Texto para Discussão nº 807. Rio de Janeiro: Ipea, 2001.

INSTITUTO BRASILERO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Resultados Gerais da Amostra Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_gerais_amostra/default_resultados_gerais_amostra.shtm>. Acesso em: 12 jul. 2012.

INSTITUTO BRASILERO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. PNAD 2011. Rio de Janeiro: IBGE, set. 2012.

IMBERNÓN, Francisco. A educação no século XXI. São Paulo: Artmed, 2000.

LYOTARD, Jean-François. O pós-moderno. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa. A recente produção científica sobre currículo e multiculturalismo no Brasil (1995-2000) avanços, desafios e tensões. Revista Brasileira de Educação, n. 18, set./dez. 2001.

PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença. São Paulo: 34, 1999.

PINTO, Céli Regina. Teoria política feminista, desigualdade social e democracia no Brasil. In: BRUSCHINI, C.; UNBEHAUN, S. G. (Org.). Gênero, democracia e sociedade brasileira. São Paulo: Fundação Carlos Chagas; Editora 34, 2002. p. 59-78.

ROSEMBERG, Fúlvia. A criança pequena e o direito à creche no contexto dos debates sobre infância e relações raciais. In: BENTO, M. A. da S. (Org.). Educação infantil, igualdade racial e diversidade: aspectos políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: CEERT, 2011. p. 11-46.

ROUANET, Sérgio Paulo. As razões do iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

SACRISTÀN, José Gimeno. Escolarização e cultura: A dupla determinação. In: SILVA, L. H. et al. (Org.). Novos mapas culturais. Novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996. p. 58-74.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Pelas mãos de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 2006.

SILVA, Cristiane Irinéa. Acesso de crianças negras à educação infantil. In: ROCHA, E. A. C.; KRAMER, S. (Org.). Educação infantil: enfoques em diálogo. Campinas: Papirus, 2011. p. 121-138.

SOARES, Sergei. A demografia da cor: a composição da população brasileira de 1890-2007. In: THEODORO, M. (Org.). As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil: 120 anos após a abolição. Brasília, DF: Ipea, 2008. p. 97-117.

VANDENBROECK, Michel. Diversos aspectos de la diversidad. Infancia en Europa, Barcelona, n. 13, p. 8-9, 2007.

Publicado

30-09-2014

Como Citar

Rosemberg, F. (2014). Educação infantil e relações raciais: a tensão entre igualdade e diversidade. Cadernos De Pesquisa, 44(153), 742–759. Recuperado de https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/2768

Edição

Seção

Outros Temas