Um aspecto da modernidade feminina na cidade de São Paulo: o "machismo"

Abstract

O ponto de partida do artigo são os conceitos de modernização de uma sociedade e de modernidade individual. Com base nesses conceitos, os autores tentaram construir uma escala de modernidade individual aplicável as mulheres da cidade de São Paulo, capaz de medir um aspecto dessa modernidade que os autores chamaram de "machismo", isto é, um sistema de crenças e preconceitos relativos à inferioridade da mulher, à existência de dois mundos separados, um masculino e outro feminino, à existência de uma dupla moral sexual, etc. Para tanto, foi elaborado um questionário de 50 questões relativas ao tema mencionado, 13 questões de cultura geral e 3 questões destinadas a medir o grau de planejamento familiar. Esse questionário foi aplicado a uma amostra de mulheres paulistanas pertencentes às classes menos favorecidas economicamente. Em seguida, os dados obtidos foram submetidos a uma análise estatística que consistiu basicamente de duas etapas: uma análise de coerência interna (validade de constructo) e uma análise fatorial. Dessas análises resultou a escala apresentada pelos autores, uma escala tipo Likert de 17 itens que apresentaram cargas fatoriais e coeficientes de correlação interna altamente satisfatórios.