Agenda feminista e serviços de cuidado infantil: Brasil, Argentina e Uruguai

Autores

Palavras-chave:

Cuidados com a Criança, Relações de Gênero, Políticas Públicas, Análise Comparativa

Resumo

Neste artigo, investigamos o nível de aderência dos serviços de cuidado de crianças de zero a três anos à agenda feminista de políticas públicas. Para isso, realizamos um estudo de casos qualitativo de três países latino-americanos (Brasil, Argentina e Uruguai), durante o “giro à esquerda”. Analisando três indicadores parametrizados (elegibilidade, cobertura e tipo de jornada), identificamos avanços maiores no Uruguai, mais restritos na Argentina e intermediários no Brasil. A variação positiva foi maior para elegibilidade e cobertura, do que para tipo de jornada. Concluímos que essa assimetria na variação dos indicadores sugere que os avanços decorrem principalmente do reconhecimento dos direitos das crianças à educação, e, secundariamente, do compromisso com a igualdade de gênero.

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Biografia do Autor

Mariana Mazzini Marcondes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil

Professora adjunta de Administração Pública e Gestão Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Doutora em Administração Pública e Governo  da Fundação Getulio Vargas (FGV)

https://orcid.org/0000-0003-0701-6630

Marta Ferreira Santos Farah, Fundação Getulio Vargas (FGV), São Paulo (SP), Brasil

Professora titular do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getulio Vargas (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) – FGV-EAESP. Doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP)

http://orcid.org/0000-0002-6517-3004

Isabel Pérez de Sierra, Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (Flacso), Montevideo, Uruguai

Professora e pesquisadora, doutoranda da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales- FLACSO Uruguay

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Publicado

04-08-2020

Como Citar

Marcondes, M. M., Farah, M. F. S., & Pérez de Sierra, I. (2020). Agenda feminista e serviços de cuidado infantil: Brasil, Argentina e Uruguai. Cadernos De Pesquisa, 50(176), 410–428. Recuperado de https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/7018

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