Subjetividade social docente: elementos para um debate sobre “políticas de subjetividade”

Autores

  • Adelina Novaes Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, São Paulo, São Paulo, Brasil; e do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Subjetividade Social, Representação Social, Profissionalização Docente, Políticas de Subjetividade

Resumo

Com vistas a cercar o constructo “subjetividade social” e contribuir com um elemento conceitual que favoreça aquilo que Tedesco (2004) denominou “políticas de subjetividade”, este artigo envida esforços teóricos e empíricos ao discutir os objetos relativos à profissionalização docente. O debate se inicia com a apresentação de elementos que permitiram aproximar o cerco do constructo perseguido. Com a pretensão de fazer uma articulação entre a constituição da subjetividade do docente e sua profissionalização, o texto busca ainda ilustrar como os resultados da investigação desenvolvida têm alimentado as análises e contribuído para definir contornos mais precisos daquilo que a literatura ainda apresenta de maneira difusa ao evidenciar que a abordagem psicossocial das representações sociais permite a construção de uma perspectiva interdisciplinar da educação.

 

 

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Biografia do Autor

Adelina Novaes, Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, São Paulo, São Paulo, Brasil; e do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil

Pesquisadora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, São Paulo, São Paulo, Brasil; docente do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil

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Publicado

30-06-2015

Como Citar

Novaes, A. (2015). Subjetividade social docente: elementos para um debate sobre “políticas de subjetividade”. Cadernos De Pesquisa, 45(156), 328–343. Recuperado de https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/3205

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