A biopolítica educacional e o governo de corpos transexuais e travestis
Palavras-chave:
Transexualidade, Escolas, Estado, BiopolíticaResumo
Este texto se propõe a dialogar com alguns conceitos de Michel Foucault para pensar a transexualidade na escola por meio da invenção do dispositivo da sexualidade, de um de seus deslocamentos – o dispositivo da transexualidade –, bem como a refletir sobre os agenciamentos biopolíticos da instituição escolar com vistas ao controle e ao governamento dos corpos e subjetividades trav e trans. Problematiza a utilização do nome social por travestis e transexuais nas escolas, por um lado vista como uma conquista e, por outro, como uma estratégia biopolítica de governo e controle dos corpos e subjetividades dessas/es personagens. Apresenta, ainda, uma provocação em relação às possibilidades de escape dos agenciamentos biopolíticos da escola.
Downloads
Referências
ALVES, Hailey Kaas. O que é cissexismo? Transfeminismo. Disponível em: <http://transfeminismo.com/?s=cissexismo>. Acesso em: 12 jul. 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS – ABGLT. Legislação do nome social na educação. Curitiba, 2014.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
BENTO, Berenice. A (re)invenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond, Clam, 2006.
BENTO. O que é transexualidade? São Paulo: Brasiliense, 2008. (Primeiros Passos, n. 328).
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p. (Legislação Brasileira).
BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS – GLBT, 2008. Anais... Brasília, 2008. 326 p.
BRASIL. Conselho Nacional de Combate a Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – CNCD, LGBT. Resolução n. 12, de 16 de janeiro de 2015. Estabelece parâmetros para a garantia das condições de acesso e permanência de pessoas travestis e transexuais - e todas aquelas que tenham sua identidade de gênero não reconhecida em diferentes espaços sociais – nos sistemas e instituições de ensino, formulando orientações quanto ao reconhecimento institucional da identidade de gênero e sua operacionalização. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 mar. 2015. Seção 1, p. 3.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.html>. Acesso em: 22 set. 2014.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 151-172.
BRASIL. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
CARVALHO, Mario. O “armário trans”: entre regimes de visibilidade e lutas por reconhecimento. In: COELHO, Maria Thereza Àvila Dantas; SAMPAIO, Liliana Lopes Pedral (Org.). Transexualidades: um olhar multidisciplinar. 1. ed. Salvador: EDUFBA, 2014, p. 241-254.
CÉSAR, Maria Rita de Assis. Da escola disciplinar à pedagogia do controle. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.
CÉSAR. Quatro intervenções para uma pedagogia queer. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 31., 2008, Caxambu, MG. Anais..., p. 1-13. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT23-4614--Int.pdf>. Acesso em: 15 set. 2014.
CÉSAR. Um nome próprio: transexuais e travestis nas escolas brasileiras. In: XAVIER FILHA, C. (Org.). Educação para a sexualidade, para a equidade de gênero e para a diversidade sexual. Campo Grande, MS: Editora UFMS, 2009.
CÉSAR. Orlando ou um outro aprendizado do corpo. Revista Aulas, Unicamp, v. 5, p. 115-124, 2010.
DUQUE, Tiago. Gêneros incríveis: identificação, diferenciação e reconhecimento no ato de passar por. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.
DELEUZE, Gilles. Post-Scriptum sobre as sociedades de controle. ______. Conversações. São Paulo: 34, 1992. (Coleção TRANS).
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. 17. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
FOUCAULT, Michel. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. 34. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008a.
FOUCAULT, Michel. Segurança, território e população. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.
GADELHA COSTA, Sylvio de Sousa. Governamentalidade neoliberal: teoria do capital humano e empreendedorismo. Educação & Realidade, v. 34, n. 2, p. 171-186, maio/ago. 2009.
LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos à Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MAIRESSE, Denise. Cartografia: do método à arte de fazer pesquisa. In: FONSECA, Tania Mara Galli; KIRST, Patrícia Gomes (Org.). Cartografias e devires: a construção do presente. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.
ROSA, Rodrigo Braga do Couto. Enunciações afetadas: relações possíveis entre homofobia e esporte. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.
SANTOS, Dayana Brunetto Carlin dos Santos. Cartografias da transexualidade: a experiência escolar e outras tramas. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
SARAIVA, Karla; VEIGA-NETO, Alfredo. Modernidade líquida, capitalismo cognitivo e educação contemporânea. Educação & Realidade, v. 34, n. 2, p. 187-202, maio/ago. 2009.
SEDGWICK, Eve Kosofsky. A Epistemologia do Armário. Cadernos Pagu, Campinas, n. 28, p. 19-54, jan./jun. 2007. Dossiê Sexualidades Disparatadas.
SWAIN, Tânia Navarro. Feminismos e práticas sexuais: quais os desafios? Caderno Espaço Feminino, Florianópolis, Editora UFSC, v. 9, n. 10/11, p. 9-34, 2001/2002.
SKLIAR, Carlos (Org). Derrida & a educação. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. (Pensadores & Educação).
TARSO institui carteira de nome social para travestis e transexuais no RS. G1 RS: online. Disponível em: < http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/05/tarso-institui-carteira-de-nome-social-para-travestis-e-transexuais-no-rs.html>. Acesso em: 22 abr. 2015.
VEIGA-NETO, Alfredo. Espaços, tempos e disciplinas: as crianças ainda devem ir à escola? In: CANDAU, Vera Maria (Org.). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. Textos apresentados na Endipe, 10, 2000.
VEIGA-NETO, Alfredo. Foucault & a Educação. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007a.
VEIGA-NETO, Alfredo. As duas faces da moeda: heterotopias e emplazamientos curriculares. Educação em revista, Belo Horizonte, v. 45, p. 249-264, jun. 2007b.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).