Educação superior e complexidade: integração entre disciplinas no campo das relações internacionais

Autores

  • Deisy de Freitas Lima Ventura Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil
  • Maria Antonieta del Tedesco Lins Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Interdisciplinaridade, Relações Internacionais, Educação Superior, Complexidade

Resumo

Expressões como “multi”, “pluri”, “inter” e “transdisciplinaridade” difundiram-se de forma extraordinária no meio acadêmico, convertendo-se em critérios de avaliação institucional em numerosos países. Este artigo analisa a integração entre as disciplinas no campo das relações internacionais, jovem área do conhecimento que bem expressa a complexidade do mundo contemporâneo em seus temas e conteúdos e que oscila entre a necessidade de afirmação como disciplina autônoma e a multidisciplinaridade inerente à formação internacionalista. Após um panorama conceitual, questionamos a integração entre as disciplinas como critério de avaliação, especialmente do currículo dos cursos de relações internacionais. Por fim, relatamos uma experiência realizada no bacharelado nesse curso da Universidade de São Paulo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Deisy de Freitas Lima Ventura, Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil

Professora Associada do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo – USP

deisy.ventura@usp.br

Maria Antonieta del Tedesco Lins, Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil

Professora Doutora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo – USP

madtlins@usp.br

Referências

ALBORNOZ, Suzana. Da árvore do saber – conversa indisciplinada sobre a ordem moderna das disciplinas. Trama interdisciplinar, ano 1, v. 1, p. 12-20, 2010.

ALVES, Ana Paula Salheb; ALMEIDA, Ana Maria F. O valor do diploma nas práticas de recrutamento de grandes empresas. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 39, n. 138, p. 939-962, dez. 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS – ABRI. Minuta das Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de Graduação. Brasília, 23/07/2013. Disponível em: <http://www.abri.org.br/>. Acesso em: 28 jul. 2013.

BOURDIEU, Pierre. Science de la science et réflexivité. Paris: Raisons d’Agir, 2001.

BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Plano Nacional de Pós-Graduação – PNPG 2011-2020. Brasília, 2010.

BRASIL. Comunicado n. 3/2012, Área de ciência política e relações internacionais. Considerações sobre multidisciplinaridade e interdisciplinaridade na área. Brasília, 3 abr. 2012a.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Portaria n. 209, de 22 de junho de 2012. Brasília, 2012b.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Instrumento de avaliação de cursos de graduação presencial e a distância. Brasília, maio 2012c.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopses estatísticas da educação superior – Graduação. Brasília, 2012d.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Superior. Padrões de qualidade para os cursos de relações internacionais. Brasília, s.d. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ padreli.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2013.

BURSZTYN, Marcel. A institucionalização da interdisciplinaridade e a universidade brasileira. Liinc em Revista, v. 1, n. 1, p. 38-53, mar. 2005.

CESA, Gabriela. Relações internacionais no Enade: desafios e perspectivas. Cadernos da ANPED, 2012. Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/ paper/viewFile/291/722>. Acesso em: 18 jan. 2013.

E-GUIA DO ESTUDANTE. Disponível em <http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/ ciencias-humanas-sociais/relacoes-internacionais-688119.shtml>. Acesso em: 13 abr. 2013.

FOLLARI, Roberto. Curriculum y doble lógica de inserción: lo universitario y las prácticas profesionales. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 140, p. 529-546, maio/ago. 2010.

FóRUM NACIONAL DE PRó-REITORES DE PESQUISA E PóS-GRADUAÇÃO DAS IES

BRASILEIRAS. Relato Reunião CTC 134, 26 a 30 mar. 2012. Brasília: Capes, 2012. Disponível em: <http://www.foprop.org.br>. Acesso em: 15 jan. 2013.

GONÇALVES, Williams da Silva. Relações internacionais: um balanço teórico-historiográfico.

In: SILVA, F. C. T. da (Org.). O século sombrio – uma história geral do século XX. Rio de Janeiro: Campus, 2004. p. 27-45.

GUIMARÃES, Feliciano. Um internacionalista no Brasil (1998-2008): algumas idéias para alunos desesperados sobre o que fazer com seu diploma. In: TAGLIARI, V. A.; ARAÚJO, M. D. Relações internacionais: uma abordagem multidisciplinar. Curitiba: Juruá, 2009. capítulo 1.

INTERNATIONAL CENTRE FOR DEVELOPMENT ORIENTED RESEARCH IN AGRICULTURE.

Interdisciplinary teams – key concepts. [S.l.]: ARD Learning Resources Handouts, 2009. Disponível em: <http://www.icra-edu.org>. Acesso em: 12 jan. 2013.

LERBET, Georges. Transdisciplinarité et éducation. In: MORIN, E. (Org.). Relier les connaissances: le défi du XXIe siècle. Paris: Seuil, 1999. p. 426-429.

LESSA, Antonio Carlos. A evolução recente dos estudos e dos programas de pós-graduação em relações internacionais no Brasil. Revista Com Ciência, 10 abr. 2006. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2013.

LÉTOURNEAU, Alain. La transdisciplinarité considérée en général et en sciences de l’environnement. VertigO – la revue électronique en sciences de l’environnement, v. 8,

n. 2, out. 2008. Disponível em: <http://vertigo.revues.org/5253>. Acesso em: 15 jan. 2013.

MAPA, Dhiego de Moura. Filosofia política e relações internacionais: considerações sobre a pluralidade epistemológica da disciplina. In: ENCONTRO NACIONAL DA ABRI, 3., 2011, São Paulo. Proceedings online... Associação Brasileira de Relações Internacionais Instituto de Relações Internacionais – USP. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000122011000100064&lng=en&nrm=abn>. Acesso em: 19 mar. 2014.

MIYAMOTO, Shiguenoli. O ensino das relações internacionais no Brasil: problemas e perspectivas. Revista de Sociologia e Política, n. 20, p. 103-114, jun. 2003.

MORIN, Edgar. Les défis de la complexité. In: MORIN, E. (Org.). Relier les connaissances: le défi du XXIe siècle. Paris: Seuil, 1999. p. 451-457.

NICOLESCU, Basarab; MORIN, Edgar; LIMA DE FREITAS (Comitê de Redação). Carta da Transdisciplinaridade. Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, Convento de Arrábida, Portugal, 2-6 nov. 1994.

NISSANI, Moti. Fruits, salads, and smoothies: a working definition of interdisciplinarity, Journal of Educational Thought, n. 29, v. 2, p. 119-126, 1995. Disponível em: <http://www.is.wayne.

edu/mnissani/pagepub/smoothie.htm>. Acesso em: 26 jan. 2013.

NOBRE, Marcos. Apontamentos sobre a pesquisa em direito no Brasil. In: FABIANI, E. R. (Org.). Impasses e aporias do direito contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 79-89.

NUSSBAUM, Martha. Not for profit: why democracy needs the humanities. Princeton: Princeton University Press, 2010.

OLIVEIRA, Marlize Rubin; ALMEIDA, Jalcione. Programas de pós-graduação interdisciplinares:

contexto, contradições e limites do processo de avaliação Capes. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 8, n. 15, p. 37-57, mar. 2011.

PELEIAS, Ivam Ricardo et al. Interdisciplinaridade no ensino superior: análise da percepção

de professores de controladoria em cursos de ciências contábeis na cidade de São Paulo. Avaliação, Sorocaba, v. 16, n. 3, p. 499-532, dez. 2011.

PESTRE, Dominique. The evolution of knowledge domains, interdisciplinarity and core knowledge. In: VIRTUAL SEMINAR RETHINKING INTERDISCIPLINARITY, 2003. CNRS/Institut Nicod, 2003. Disponível em: <http://www.interdisciplines.org/medias/confs/archives/archive_3.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2012.

PINTO NETO, Moysés da Fontoura. O que significa pensar a transdisciplinaridade? Trama interdisciplinar, ano 1, v. 1, p. 30-41, 2010.

POMBO, Olga. Interdisciplinaridade e integração dos saberes. Liinc em Revista, v. 1, n. 1, p. 3-15, 2005.

POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 2004.

RAMADIER, Thierry. L’interdisciplinarité au service de la complexité. Journal of Urban Research, n. 6, 2011. Disponível em: <http://articulo.revues.org/1731>. Acesso em: 22 jan. 2012.

REPKO, Allen. Interdisciplinary research: process and theory. Washington: Sage, 2012.

ROSNAY, Joël de. Concepts et opérateurs transversaux. In: MORIN, Edgar (Org.). Relier les connaissances: le défi du XXIe siècle. Paris: Seuil, 1999. p. 397-402.

SAVATER, Fernando. La educación para una sociedad democrática Colima, México: Universidad de Colima, 2010.

SILVA, Wagner Rodrigues. Construção da interdisciplinaridade no espaço complexo de ensino e pesquisa. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. 143, p. 582-605, maio/ago. 2011.

SPERBER, Dan. Why rethink interdisciplinarity?. In: Virtual Seminar Rethinking Interdisciplinarity, 2003. CNRS, Institut Nicod, 2003. Disponível em: . Acesso em: 22 dez. 2012.

SUANO, Marcelo José Ferraz. O discurso teórico nas relações internacionais. Civitas, v. 5, n. 2, p. 245-274, jul./dez. 2005.

SUR, Serge. Pas de place pour les relations internationales dans l’université. Le monde, 22 jun. 2011. Disponível em: <http://www.lemonde.fr/idees/article/2011/06/22/pas-de-place-pour-les-relationsinternationales-dans-l-universite_1538916_3232.html>. Acesso em: 13 abr. 2013.

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Curso de bacharelado em relações internacionais. Brasília:

Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, s.d. Disponível em: <http://irel.unb.br/graduacao/>. Acesso em: 13 abr. 2013.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Instituto de Relações Internacionais. Site oficial. Apresentação. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2013.

VARGAS LLOSA, Mario. Entrevista a Jan Martínez Ahrens. El País, 15 abr.2012. Disponível em <http://cultura.elpais.com/cultura/2012/04/13/actualidad/1334353232_001546.html>. Acesso em: 13 dez. 2012.

VENTURA, Deisy et al. Internalização das normas do MERCOSUL. Brasília: Ministério da Justiça, 2012. (Série Pensando o Direito, v. 45).

Downloads

Publicado

31-03-2014

Como Citar

Ventura, D. de F. L., & Lins, M. A. del T. (2014). Educação superior e complexidade: integração entre disciplinas no campo das relações internacionais. Cadernos De Pesquisa, 44(151), 104–131. Recuperado de https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/2703

Edição

Seção

Outros Temas