Masculinidades e desempenho escolar: a construção de hierarquias entre pares
Palavras-chave:
Relações de Gênero, Masculinidade, Escolarização, Pesquisa EtnográficaResumo
Buscando compreender as concepções coletivas de masculinidade entre os meninos e as possíveis implicações dessas concepções em seus desempenhos escolares, realizamos uma pesquisa etnográfica com crianças de aproximadamente dez anos de idade das camadas trabalhadoras, alunos/as de uma escola pública da cidade de São Paulo, utilizando observações e entrevistas. Identificamos que ser “bom aluno” não parecia contraditório para a afirmação da masculinidade daqueles meninos; ao contrário, o engajamento escolar era reconhecido como um aspecto positivo entre eles. Para ser “bom aluno”, no entanto, os garotos precisavam conseguir jogar nas relações de poder entre pares, valendo-se de práticas de masculinidades valorizadas, (re)construindo hierarquias escolares e sociais em suas interações.
Downloads
Referências
BELTRÃO, Kaizô Iwakami; ALVES, José Eustáquio Diniz. A reversão do hiato de gênero na educação brasileira no século XX. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 39, n. 136, p. 125-156, jan./abr. 2009.
CARVALHO, Marília Pinto de. Sucesso e fracasso escolar: uma questão de gênero. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 185-193, jan./jun. 2003.
______. Avaliação escolar, gênero e raça. São Paulo: Papirus Editora, 2009.
______. Teses e dissertações sobre gênero e desempenho escolar no Brasil (1993-2007): um estado da arte. Pro-Posições, Campinas, v. 23, n. 1, p. 147-161, jan./abr. 2012.
CONNELL, Raewyn. Teaching the Boys: New Research on Masculinity, and Gender Strategies for Schools. Teachers College Record, v. 98, n. 2, 1996.
______. Masculinities. Australia: Allen J Unwin/ Britain: Polity Press/ Unite States: University of California Press, 2005
CONNELL, Raewyn; MESSERSCHMIDT, James. W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, jan./abr. 2013.
CONNOLLY, Paul. Racism, gender identities and young children: social relations in a mult-ethnic, inner-city primary school. London: Routledge, 1998.
DAVIS, J. E. Transgressing the masculine: African American boys and the failure of schools. In: MARTINO, W; MEYENN, B (Ed.). What about the boys: issues of masculinity in schools. Philadelphia: Open University Press, 2001. p. 140-154.
EPSTEIN, Debbie. Real boys don't work: 'underachievement', masculinity, and the harassment of 'sissies'. In: EPSTEIN, D. et al (Ed.). Failing Boys? Issues in gender and achievement. Philadelphia: Open University Press Buckingham, 1998. p. 96-108.
FANON, Frantz. Pele negra, mascaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
FRANCIS, Becky; SKELTON, Christine; READ, Barbara. The Identities and Practices of High Achieving Pupils: Negotiating Achievement and Peer Cultures. London: Continuum, 2012.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e antirracismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2009.
HOOKS, bell. Escolarizando homens negros. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 23, n. 3, p. 677-689, dez. 2015.
JACKSON, David. Breaking out of the binary trap: boy's underachivement, schooling and gender relations. In: EPSTEIN, Debbie et al (Ed.). Failing Boys? Issues in gender and achievement. Philadelphia: Open University Press Buckingham, 1998. p. 77-95.
ROSEMBERG, Fúlvia; MADSEN, Nina. Educação formal e gênero no Brasil. In: BARSTED, Leila Linhares; PITANGUY, Jacqueline (org.). O progresso das mulheres no Brasil (2003-2010). Rio de Janeiro: CEPIA, 2011; Brasília: ONU Mulheres, 2011. p. 390 – 434.
WILLIS, Paul. Aprendendo a ser trabalhador: escola, resistência e reprodução social. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Cadernos de Pesquisa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).