A face oculta da avaliação em Angola
DOI:
https://doi.org/10.18222/eae.v31i77.6816Palavras-chave:
Avaliação da Aprendizagem, Angola, Avaliação Somativa.Resumo
O objetivo deste artigo é analisar e compreender as práticas presentes nos processos da avaliação da aprendizagem em Angola. A pesquisa foi realizada com professores e alunos de duas escolas secundárias da província de Cabinda. Para a coleta de dados foram utilizados questionários, entrevistas, observações e análise de documentos. A pesquisa evidencia que, apesar de os professores adotarem conceitos mais contemporâneos sobre avaliação, predominam na prática cotidiana as avaliações somativas em que as provas são também utilizadas como forma de controle da disciplina. Os dados mostram a permanência, nas escolas pesquisadas, de práticas de avaliação que envolvem a troca de notas por dinheiro, embora, por diferentes razões, essas práticas estejam diminuindo.Palavras-chave: Avaliação da Aprendizagem, Angola, Avaliação Somativa. La cara oculta de la evaluación en AngolaEl objetivo de este artículo es analizar y comprender las prácticas presentes en los procesos de evaluación del aprendizaje en Angola. La encuesta se realizó con maestros y estudiantes de dos escuelas secundarias en la provincia de Cabinda. Para la recolección de datos, se utilizaron cuestionarios, entrevistas, observaciones y análisis de documentos. La investigación muestra que, aunque los maestros adoptan conceptos más contemporáneos sobre la evaluación, en la práctica diaria predominan las evaluaciones sumativas, en las que las pruebas también se utilizan como una forma de control de la materia. Los datos muestran que las prácticas de evaluación, que implican el intercambio de calificaciones por dinero, permanecen en las escuelas encuestadas, aunque estas prácticas, por diferentes razones, están disminuyendo.Palabras clave: Evaluación del Aprendizaje, Angola, Evaluación Sumativa. The hidden face of assessment in AngolaThe aim of this article is to analyze and understand the practices present in the learning assessment processes in Angola. The research was conducted with teachers and students from two secondary schools in the Cabinda province. Questionnaires, interviews, observations and document analysis were used for data collection. The research shows that, although teachers adopt more contemporary assessment concepts, summative assessments in which tests are also used as a form of discipline control predominate in their daily practice. The data show the continuity of assessment practices involving the exchange of grades for money in the surveyed schools, although these practices are on decline for different reasons.Keywords: Learning Assessment, Angola, Summative Assessment.Referências
ALVES, Maria Palmira Carlos. Currículo e avaliação: uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora, 2004.
BOA ISABEL, Miguel. Avaliação da aprendizagem dos alunos do ensino secundário em Cabinda/Angola. 2016. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.
BOTH, Ivo José. Avaliação: “voz da consciência” da aprendizagem. Curitiba: Intersaberes, 2012.
BOURDIEU, Pierre; SAINT-MARTIN, Monique de. As categorias do juízo professoral. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio (org.). Escritos de educação. Tradução: Vera S. V. Fasetti e José Carlos Garcia Durand. 16. ed. Petropólis, RJ: Vozes, 1998. p. 185-216.
BUZA, Alfredo Gabriel; TOMÉ, Jesus António. Rankings académicos no contexto da avaliação das instituições de ensino superior em Angola: desafios para o futuro. In: CALDERÓN, A. Ignácio; WANDERCIL, Marco; MARTINS, Edivaldo Camarotti (org.). Rankings acadêmicos e governança universitária no espaço do ensino superior de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Macau, Moçambique, Portugal e Brasil. Brasília: Anpae, 2019. p. 61-66.
CAIN, Allan. Women’s tenure rights and land reform in Angola. In: 2019 WORLD BANK CONFERENCE ON LAND AND POVERTY. The World Bank, Washington DC, 2019. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Allan_Cain/publication/338416111_Cain_2019_Women%27s_Tenure_Rights_and_Land_Reform_in_Angolapdf/links/5e144cd192851c8364b5fdce/Cain-2019-Womens-Tenure-Rights-and-Land-Reform-in-Angolapdf.pdf. Acesso em: 29 jan. 2020.
CALDERÓN, A. Ignácio; POLTRONIERI, Heloisa. Avaliação da aprendizagem na educação básica: as pesquisas do estado da arte em questão (1980-2007). Revista Diálogos da Educação, Curitiba, v. 13, n. 40, p. 873-893, set./dez. 2013.
CARVALHO, Mark Clark Assen de. Práticas rituais de avaliação e cultura da escola. Rio Branco: Edufac, 2010.
CASTILLO ARREDONDO, Santiago; CABRERIZO DIAGO, Jesús. Avaliação educacional e promoção escolar. São Paulo: Unesp, 2009.
DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. 6. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1999.
DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação educacional em três atos. 4. ed. São Paulo: Senac, 2009.
DEPRESBITERIS, Léa; TAVARES, Marialva R. Diversificar é preciso... instrumentos e técnicas de avaliação da aprendizagem. São Paulo: Senac, 2009.
EDUCAÇÃO prevê exames nacionais a partir deste ano. Jornal de Angola Online, Angola. 17 janeiro 2019. Seção Sociedade. Disponível em: http://jornaldeangola.sapo.ao/sociedade/educacao_preve_exames_nacionais_a_partir_deste_ano. Acesso em: 26 jan. 2020.
FERNANDES, Domingos. Avaliação das aprendizagens: desafios às teorias, práticas e políticas. Lisboa: Texto Editores, 2008.
FERNANDES, Domingos. Avaliação em educação: olhares sobre uma prática social incontornável. Pinhais: Editora Melo, 2011.
FRANCISCO, Roberto Gonçalves. O direito à educação básica em Angola: desafios e problemas à luz do direito internacional dos direitos humanos. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciências Jurídicas) – Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013.
FRANCO, Maria Laura P. Barbosa. Pressupostos epistemológicos da avaliação educacional. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 70, p. 63-67, ago. 1990.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtiva. 41. ed. Porto Alegre: Mediação, 2011.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 32. ed. Porto Alegre: Mediação, 2012.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA – INE; FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA – UNICEF. MICS – Inquérito de Indicadores Múltiplos: avaliando a situação das crianças e das mulheres angolanas no início do milênio. Luanda: INE/Unicef, 2003.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. Tradução Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
MAYEMBE, Ndombele. Reforma educativa em Angola: a monodocência no ensino primário em Cabinda. 2016. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Belo Horizonte, Belo Horizonte, 2016.
MED suspende exames nacionais. Agência Angola Press - ANGOP, Angola, 8 novembro 2019. Seção Educação. Disponível em: http://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/educacao/2019/10/45/MED-suspende-exames-nacionais,574e4223-2939-40b6-8f0c-4b850861a03d.html. Acesso em: 26 jan. 2020.
MORALES, Pedro. Avaliação escolar: o quê, como se faz. Tradução: Nicolas Nyimi Campanário. São Paulo: Loyola, 2003.
PETERSON, Domingos. O professor do ensino básico: perfil e formação. São Paulo: Instituto Piaget, 2003.
RAPHAEL, Hélia S.; CARRARA, Kester (org.). Avaliação sob exame. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.
SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Virando a escola do avesso por meio da avaliação. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2009.
VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. 8. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons BY-NC do tipo "Atribuição Não Comercial" que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).